PRÁTICA POÉTICA:
"RISCO"

POR

GUSTAVO CIRÍACO

Group CopyCreated with Sketch.

" RISCO "

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por Gustavo Ciríaco

/ / /   DANÇA

CAMINHO  –  TRACO  –   PONTE   –   JUNÇÃO
DIVISÃO  –   BORDA   – FRONTEIRA
PONTO   –   LINHA   –   PLANO

O que percebemos primeiro?
O dentro ou o fora?
O perto ou o distante?
A borda ou o centro?
O vazio ou o cheio?
O que as bordas das coisas nos dizem sobre elas?
Como guardar uma memória das coisas pelo seu desenho, seus traços, seus riscos?

É impossível pensar um vale sem as montanhas, uma baía sem o mar, o longínquo sem o que está à nossa frente. É impossível pensar todas essas equações e possibilidades, ou seja pensar o mundo, ou os corpos e elementos do mundo, sem esse elemento ao mesmo tempo concreto e abstrato, primordial na nossa existência, porém inventado, que é o espaço e a sua percepção. Conceito de inúmeras viagens, e possibilidades, o espaço é a coisa entre, abaixo, acima, atrás, na frente, por dentro e por fora da gente. Esse entorno, esse ao redor, esse panorama que nos circunda, ganha o nome de PAISAGEM.

Paisagem é o que faz o espaço ganhar cor, profundidade, textura e literalmente relevo e contorno. E prover conteúdo e sensações. E, naturalmente, experiência e memória.

Pensando o corpo no espaço, como um ponto em uma linha, uma linha em um plano, em diálogo com a ideia e experiência de paisagem, juntam-se à(s) equação(ões) os traços que nos desenham e ancoram no mundo em que nascemos, crescemos e nos educamos. Minha Paisagem Dançada é um convite a voltar no tempo e visitar através da dança, do risco do desenho e do desafio da imaginação, a(s) paisagem(ns) que marcaram a nossa biografia.

“SENSIBILIZAÇÃO”

/// Duração aprox.: 5 min.

 

Que lugares nos fazem sentir pertença ao território em que habitamos no presente ou que vivemos no passado?
Que lugares nos são familiares?
Que lugares nos trazem memórias que se misturam com quem somos, como pensamos, como fazemos as coisas?
Seria no encontro com novos lugares, suas fronteiras e bordas, que as memórias nos vêm em auxílio de simpatia ou, pelo contrário, armadas em pirraça diante de novas paisagens?
Até onde a paisagem de onde crescemos e vivemos, com os seus traços, contornos e sensações, nos acompanha na percepção do espaço que nos envolve e acolhe e na nossa forma de ver o mundo?

 

“MINHA PAISAGEM DANÇADA”

/// Duração aprox.: 40 min.

/// Materiais:

  • Folhas A4 na quantidade adequada ao número de participantes, sendo na ordem de 3-4 folhas para cada participante.
  • Lápis pretos e de cores na quantidade adequada ao número de participantes.
  • Apontadores de lápis.
  • Borracha de apagar.
  • Alternativamente, tinta guache ou lápis de aquarela podem ser usados para dar mais variedade para o desenho (neste caso, providenciar 1 pincel para cada participante).

A minha prática artística desde o seu início se ocupou com o efémero, com a realidade da experiência e as diferentes maneiras de fabricar e compartilhar situações com as demais pessoas de um modo sensorial e poético. Nesse sentido o diálogo entre o aqui e o agora e a sua memória para o futuro, tornaram-se temas recorrentes no meu fazer artístico. Sendo bailarino e coreógrafo, o movimento como ferramenta de tradução e plataforma de experiência e partilha sensorial, são fundamentais para alcançar esses objetivos e o desenvolvimento das minhas propostas. De modo lúdico e cinestésico, tentam interligar experiência e ficção, sensação e materialidade, relato e imaginação. Aqui nesta prática, tentamos resgatar e traduzir uma experiência de paisagem particular para um movimento dançado, trazendo junto as particularidades, lembranças e sensações únicas de cada pessoa com um lugar específico.

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animação tangram círculares