PRÁTICA POÉTICA:
"PARAGEM E TRANSIÇÃO"

POR

CLÁUDIA ALVES

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" PARAGEM E TRANSIÇÃO "

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por Cláudia Alves

/ / /   AUDIOVISUAL

Quando vemos um filme, a imagem está parada ou em movimento?
Nesta proposta vamos abordar os conceitos PARAGEM e TRANSIÇÃO através do cinema. A palavra cinema vem do grego e pode ser divida em kinema “movimentos” e graphein “registar”. Como é que uma imagem transita para outra imagem, criando a perfeita ilusão do movimento? O que significa transição? E transitar? E trânsito?

Há dois momentos do dia em que a cidade está cheia de trânsito: quando as pessoas vão trabalhar e depois quando regressam à casa. Os carros estão no trânsito, transitam a uma velocidade baixa, embora às vezes estejam no “pára-arranca”, “pára-arranca”. Não andam continuamente, às vezes estão parados. PARAGEM é o ato de parar. Em vez dos carros, vamos falar sobre como é que as imagens podem TRANSITAR.

Quando falamos de imagem, o principal sentido envolvido é o da visão. Ver é um ato de escolha. Como resultado desse ato, o que vemos é colocado ao nosso alcance – embora não necessariamente ao alcance do nosso braço. Se ver é um acto de escolha, como posso escolher entre as possibilidades do meu olhar? O que acontece quando nos aproximamos ou afastamos daquilo que observamos?

Devido à pandemia, hoje em dia “tocar com o olhar” é uma forma sensível e segura de “ tocar” em objectos ou pessoas. E que bom que é poder olhar outra pessoa e receber um olhar recíproco.

“Tocar com as mãos, tocar com os olhos”

/// Duração aprox.: 15 min.

/// Materiais:

  • Laranjas e limões.
  • Vendas.

Tocar em algo é situar-se em relação. Normalmente tocamos com as mãos, com a pele. Os olhos poderiam ser uma forma de tocar à distância? O que distingue a visão do tacto? Nunca olhamos apenas para uma coisa (como acontece com o tacto), estamos sempre a olhar à nossa volta. Tocar em algo exige que esteja ao alcance do nosso braço, enquanto ver não. Pode estar perto ou longe. A nossa visão está continuamente em movimento, mantendo constantemente as coisas num círculo ao nosso redor.

“Emoldurar”

/// Duração aprox.: 15 min.

/// Materiais:

  • Molduras em madeira ou papel cartão.

Esta prática propõe experiências que dão a ver o que é e, como se compõe um “campo de visão” na fotografia, perceber o que está perto ou longe de nós e o que escolhemos dar foco ao enquadrar determinada situação ou paisagem.

“Registar o Movimento”

/// Duração aprox.: 25 min.

/// Materiais:

  • Para a realização desta prática é imprescindível o uso de um telemóvel.
  • Imagens impressas (sugestões disponíveis em hiperlink abaixo).

Nesta prática poética, cada educandoé convidado a fazer uma constelação de exercícios que o ajudarão a pensar sobre as suas próprias percepções (o sentido em foco será a visão). Na prática anterior, fixamos com o nosso olhar um fragmento do que está à nossa volta, num instante exato. A esse instante também chamamos momento. E, agora, vamos imaginar que o objecto/ pessoa que temos à frente está em movimento. Como podemos fixar esse movimento? Um momento é um instante no tempo. Um movimento é uma deslocação no espaço. Para emoldurar/capturar um movimento precisamos de vários instantes/ momentos no tempo. O filme é um meio que nos permite capturar um momento que instantaneamente se torna passado. O cinema é inerentemente um meio de retrospectiva, ele ensina-nos sobre o futuro por meio do passado, através do presente.

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